Com a ajuda de Deus e sob a orientação da Igreja, tentaremos responder satisfatoriamente à questão, que não é nova. A pergunta pode parecer complexa, mas a resposta é bem simples. Antes de dizer qualquer coisa, é preciso repetir uma máxima primordial da Teologia católica: a primeira realidade que todo leitor da Bíblia deve ter em mente é que o Livro Sagrado só pode ser lido e entendido como um conjunto coeso, de livros que se completam e estão interligados, um dando sentido ao outro. Esta é uma premissa fundamental para a leitura das Sagradas Escrituras. – É muito, muito fácil legitimar qualquer tipo de falsa crença ou mesmo heresia anticristã usando a Bíblia. Basta pinçar uma passagem e usá-la isoladamente, fora do seu devido contexto: o texto, fora do seu contexto, pode servir como pretexto.
A passagem citada é um ótimo exemplo desta realidade. Ela vem
sendo usada para justificar todo tipo de sincretismo e irenismo. O
sincretismo, como você sabe, é a tentativa de misturar ou fundir crenças
e sistemas religiosos diferentes, – e/ou até mesmo contrários, – na
tentativa de fazer de tudo uma só coisa. O resultado é sempre o
surgimento de um novo sistema de crenças: uma nova seita. E irenismo se
refere àquela postura (tão comum em nossos dias) de calar diante de
injustiças e mentiras em nome da paz e do respeito humano. Para "ficar
bem" com todo mundo, a pessoa admite tudo, aceita tudo como certo, que
tanto faz, porque no fundo "é tudo a mesma coisa"... Esquecendo-se que
"para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada", como já
dizia o filósofo (Edmund Burke).
Como dissemos, porém, a Bíblia precisa ser compreendida em sua totalidade, como aquilo que ela realmente é: um conjunto de livros que, em harmonia, transmitem uma só Mensagem, sem confusão, sem sombras, sem contradições. A Palavra de Deus não pode fazer uma afirmação numa parte, e, depois, renegar esta mesma afirmação numa outra parte. Estaria nosso Jesus afirmando, na passagem em questão, que "a religião da pessoa não importa", desde que acreditemos nEle ou falemos em nome dEle? Vejamos, então, o que a própria Bíblia tem a dizer sobre isto:
Ninguém gosta de ouvir a palavra "excomungado" hoje em dia. A sensibilidade das mentes atuais vê neste vocábulo uma expressão de autoritarismo, de uma Igreja que tenta impor sua fé à força, na marra. Nestes tempos em que o relativismo reina, absoluto, falar em excomunhão é quase um crime. "Excomungar", porém, simplesmente quer dizer que aquela pessoa, que crê e defende uma doutrina contrária àquilo que Jesus ensinou, não não faz parte da Igreja que Jesus deixou; tal indivíduo não representa a Igreja, não pode ser considerado membro dessa Igreja.
E é assim que deve ser, por motivos óbvios! Se a Igreja não tivesse agido assim desde o começo da sua história, hoje nem haveria mais Evangelho: as crônicas sobre a vida e os ensinamentos do Cristo teriam sido perdidas há muito séculos; as palavras do Mestre haveriam naufragado num mar de doutrinas conflitantes, para nunca mais serem encontradas. E as heresias no meio da Igreja começaram a surgir, como sabemos, desde o tempo dos Apóstolos. Observe como o Apóstolo Paulo, na passagem que ora estudamos, demonstra que já naquela época existiam elementos tentando disseminar um "outro evangelho", em nome de Jesus Cristo, no meio da Igreja, e deixa mais do que claro que tais elementos não poderiam jamais ser considerados como membros da Igreja. A ênfase é tamanha que ele chega a dizer que mesmo um anjo do Céu, se anunciasse um evangelho diferente, deveria ser considerado anátema, isto é, solenemente reprovado, extirpado, afastado da convivência entre os cristãos!
Assim, retornando à afirmação de Jesus no Evangelho de S. Marcos, o que precisamos fazer é ler e analisar não uma parte da passagem, mas ela inteira:
Observe como o complemento do ensinamento, destacado em negrito, é fundamental para dar sentido e colocar as primeiras afirmações no seu devido contexto. O Senhor Jesus está claramente se referindo àqueles que, em unidade, professam a fé no seu Nome. Mas quem fizer cair em pecado os que creem em Cristo, – mesmo que fale em seu Nome, – será condenado. Também é essencial entender que, na época em que ocorre esse episódio, não existia ainda a Igreja. Alguém expulsava demônios por meio da fé no Nome do Senhor, e a fé em Cristo nunca é ruim, a não ser quando, em nome desta mesma fé, se deturpa aquilo que o próprio Cristo ensinou. E ainda no mesmo Evangelho, no capítulo 13, o Senhor profetiza que muitos falsos profetas viriam em seu Nome, e que os cristãos deveriam rechaçá-los. Fica claro, portanto, que não basta falar em Nome de Jesus para ser confiável ou para estar "a nosso favor".
Concluindo, não é difícil compreender que a afirmação de Cristo, neste caso, não é absoluta, isto é, não podemos considerar "a nosso favor" todo aquele que prega ou fala "em Nome de Jesus", pois nesse caso teríamos que incluir aí os ocultismos, gnosticismos, espiritismos e todo tipo de seita que deturpa completamente a Mensagem do próprio Cristo. De fato, são milhares de seitas perniciosas ao redor do mundo que se pretendem detentoras da "verdadeira" interpretação do Evangelho, e todas elas se contradizem entre si.
Estudando a história da Igreja, vemos que os cristãos católicos sempre se conduziram, fundamentalmente, pela instrução da Igreja Una, a única Igreja fundada diretamente pelo Senhor Jesus Cristo e que guarda a Tradição dos Apóstolos. E o que é a Bíblia Sagrada cristã? É a Tradição dos Apóstolos por escrito: nós só temos a Bíblia e cremos nela, hoje, porque a Igreja, nos primeiros séculos do cristianismo, atestou que deveríamos crer nela, e a separou de muitos outros livros apócrifos, que eram igualmente atribuídos aos Apóstolos e lidos solenemente nas comunidades primitivas da Igreja.
Por isso é que não podem existir muitas "igrejas", cada uma ensinando uma coisa, cada qual disputando contra a outra, baseando-se na interpretação pessoal que cada "pastor" faz da Bíblia. Observe que praticamente todas as igrejas ditas "evangélicas" são unânimes em criticar a Igreja Católica, muitas vezes chamando-a de "prostituta", apontando o Papa como "anticristo" e outras blasfêmias terríveis. Como poderíamos dizer, então, que existem "muitas igrejas", e que todas são iguais perante Deus? Jesus disse: "Sobre esta Pedra (Pedro) edifico a minha Igreja", – no singular, e não "minhas igrejas", no plural. – Só há uma Verdade, e a Bíblia reafirma: "Há um só Senhor, uma só Fé e um só Batismo" (Ef 4,4-5).
Não basta qualquer pessoa ler a Bíblia, interpretar "do seu jeito", se dizer "pastor" ou intitular-se a si mesmo "bispo" ou "apóstolo", registrar uma razão social, alugar um salão e dizer que é "igreja". Igreja não é prédio, não é empresa, não é uma razão social. A Igreja é o Corpo Místico de Jesus Cristo neste mundo (Ef 5,23), e este Corpo não se divide contra si mesmo. A Cabeça deste Corpo é o próprio Cristo, como a Bíblia mesmo ensina, e este Corpo é íntegro e coeso. Uma perna não pode andar para um lado, e outra perna para outro. Um pé não pode querer ir para frente e outro para trás. Os braços não podem golpear o corpo, e cada um dos seus órgãos precisa trabalhar numa harmonia perfeita, em conjunto, para que o Corpo seja saudável. – É a missão do cristão e uma aventura maravilhosa comprovar, a cada nova descoberta, que existe uma caminho certo que nos leva a Cristo e à salvação.
Diante do exposto até aqui, que dizer? Não existem pessoas bem intencionadas em outras comunidades ditas cristãs, que agem de boa consciência e que poderão ganhar a salvação por Misericórdia Divina?
A Igreja crê que existem elementos de santidade e verdade presentes em várias religiões (CIC§819), e isso é uma verdade inegável, da qual poderíamos enumerar muitíssimos exemplos: há alguns anos, o controverso "pastor" Silas Malafaia deu exemplo de postura cristã num debate com o candidato petista à prefeitura de São Paulo; falou como todo bom católico deveria falar; agiu, em relação a determinados assuntos, como deveriam agir os padres e bispos católicos, que muitas vezes são omissos em questões importantes. Antes disso, ele já tinha acertado ao confrontar Edir Macedo quanto à questão do aborto, e também ao defender a Igreja Católica por conta das imagens de santos profanadas na famigerada "parada gay" paulista. E veja bem, estamos falando do representante de um seita indubitavelmente herética, um homem que prega a abominável "teologia da prosperidade" e acusa a Igreja de Cristo de "idólatra".
Veja como é claro que, mesmo podendo dizer algumas verdades, não é por pregar "em Nome de Jesus" que tudo o que alguém diz ou faz esteja certo. Ao contrário: quando alguém se coloca como "mestre" ou "pastor", em Nome do Senhor, e ao mesmo tempo prega contra a Igreja deste mesmo Senhor, seu erro é tremendo. Mesmo assim, por outro lado, até na pregação de um herege podemos encontrar elementos de santidade e de verdade. Não há dúvida de que, em algumas de suas pregações, muitos "pastores" dizem grandes verdades, e que podem interpretar corretamente determinados pontos isolados das Escrituras. E também cremos que a salvação não está fechada para ninguém, até mesmo para os não cristãos, conforme orienta a Santa Igreja. O Catecismo afirma que aqueles que, sem ter opção, não puderam conhecer Jesus Cristo nesta vida, não serão condenados. É o que a Teologia chama de "ignorância invencível".
Mas nada disso muda o fato de que existem uma Só Verdade e uma só Igreja, Corpo Místico de Nosso Senhor, a qual contém em si mesma todas as verdades das quais necessitamos para a nossa salvação.
Concluindo, mais uma vez insistimos, prezado Gabriel, que a Bíblia precisa ser compreendida em sua totalidade. A fala de Jesus claramente alude à unidade que deve existir dentro da Igreja, entre os diferentes grupos, possuidores de diferentes carismas. Também a convivência pacífica e a busca da união entre os cristãos deve ser constante, – e a Igreja tem trabalhado incessantemente neste sentido, – mas é preciso saber reconhecer e diferenciar as coisas. Conviver bem não é sinônimo de sincretismo e nem de irenismo.
Na esperança de que a pergunta tenha sido respondida, e de que o nosso esforço não tenha sido em vão, na Paz de Nosso Senhor agradecemos pela participação e pela confiança em nosso apostolado. Deus abençoe e ilumine com discernimento a todos os que lerem este artigo.
Como dissemos, porém, a Bíblia precisa ser compreendida em sua totalidade, como aquilo que ela realmente é: um conjunto de livros que, em harmonia, transmitem uma só Mensagem, sem confusão, sem sombras, sem contradições. A Palavra de Deus não pode fazer uma afirmação numa parte, e, depois, renegar esta mesma afirmação numa outra parte. Estaria nosso Jesus afirmando, na passagem em questão, que "a religião da pessoa não importa", desde que acreditemos nEle ou falemos em nome dEle? Vejamos, então, o que a própria Bíblia tem a dizer sobre isto:
"De fato, não há dois Evangelhos: há apenas pessoas que semeiam a confusão entre vós e querem perturbar o Evangelho de Cristo. Mas ainda que alguém, nós ou um anjo baixado do céu, vos anunciasse um evangelho diferente do que vos temos anunciado, que seja anátema! Repito aqui o que acabamos de dizer: se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado!" (Gl 1,6-8)
Ninguém gosta de ouvir a palavra "excomungado" hoje em dia. A sensibilidade das mentes atuais vê neste vocábulo uma expressão de autoritarismo, de uma Igreja que tenta impor sua fé à força, na marra. Nestes tempos em que o relativismo reina, absoluto, falar em excomunhão é quase um crime. "Excomungar", porém, simplesmente quer dizer que aquela pessoa, que crê e defende uma doutrina contrária àquilo que Jesus ensinou, não não faz parte da Igreja que Jesus deixou; tal indivíduo não representa a Igreja, não pode ser considerado membro dessa Igreja.
E é assim que deve ser, por motivos óbvios! Se a Igreja não tivesse agido assim desde o começo da sua história, hoje nem haveria mais Evangelho: as crônicas sobre a vida e os ensinamentos do Cristo teriam sido perdidas há muito séculos; as palavras do Mestre haveriam naufragado num mar de doutrinas conflitantes, para nunca mais serem encontradas. E as heresias no meio da Igreja começaram a surgir, como sabemos, desde o tempo dos Apóstolos. Observe como o Apóstolo Paulo, na passagem que ora estudamos, demonstra que já naquela época existiam elementos tentando disseminar um "outro evangelho", em nome de Jesus Cristo, no meio da Igreja, e deixa mais do que claro que tais elementos não poderiam jamais ser considerados como membros da Igreja. A ênfase é tamanha que ele chega a dizer que mesmo um anjo do Céu, se anunciasse um evangelho diferente, deveria ser considerado anátema, isto é, solenemente reprovado, extirpado, afastado da convivência entre os cristãos!
Assim, retornando à afirmação de Jesus no Evangelho de S. Marcos, o que precisamos fazer é ler e analisar não uma parte da passagem, mas ela inteira:
"João disse-lhe: 'Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu Nome, e lho proibimos'. Jesus, porém, respondeu-lhe: 'Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu Nome e em seguida possa falar mal de Mim. Pois quem não é contra nós é a nosso favor. E quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa. Mas todo aquele que fizer cair no pecado um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria que uma pedra de moinho lhe fosse ligada ao pescoço e o lançassem ao mar!'" (Mc 9,38-42)
Observe como o complemento do ensinamento, destacado em negrito, é fundamental para dar sentido e colocar as primeiras afirmações no seu devido contexto. O Senhor Jesus está claramente se referindo àqueles que, em unidade, professam a fé no seu Nome. Mas quem fizer cair em pecado os que creem em Cristo, – mesmo que fale em seu Nome, – será condenado. Também é essencial entender que, na época em que ocorre esse episódio, não existia ainda a Igreja. Alguém expulsava demônios por meio da fé no Nome do Senhor, e a fé em Cristo nunca é ruim, a não ser quando, em nome desta mesma fé, se deturpa aquilo que o próprio Cristo ensinou. E ainda no mesmo Evangelho, no capítulo 13, o Senhor profetiza que muitos falsos profetas viriam em seu Nome, e que os cristãos deveriam rechaçá-los. Fica claro, portanto, que não basta falar em Nome de Jesus para ser confiável ou para estar "a nosso favor".
Concluindo, não é difícil compreender que a afirmação de Cristo, neste caso, não é absoluta, isto é, não podemos considerar "a nosso favor" todo aquele que prega ou fala "em Nome de Jesus", pois nesse caso teríamos que incluir aí os ocultismos, gnosticismos, espiritismos e todo tipo de seita que deturpa completamente a Mensagem do próprio Cristo. De fato, são milhares de seitas perniciosas ao redor do mundo que se pretendem detentoras da "verdadeira" interpretação do Evangelho, e todas elas se contradizem entre si.
Estudando a história da Igreja, vemos que os cristãos católicos sempre se conduziram, fundamentalmente, pela instrução da Igreja Una, a única Igreja fundada diretamente pelo Senhor Jesus Cristo e que guarda a Tradição dos Apóstolos. E o que é a Bíblia Sagrada cristã? É a Tradição dos Apóstolos por escrito: nós só temos a Bíblia e cremos nela, hoje, porque a Igreja, nos primeiros séculos do cristianismo, atestou que deveríamos crer nela, e a separou de muitos outros livros apócrifos, que eram igualmente atribuídos aos Apóstolos e lidos solenemente nas comunidades primitivas da Igreja.
Por isso é que não podem existir muitas "igrejas", cada uma ensinando uma coisa, cada qual disputando contra a outra, baseando-se na interpretação pessoal que cada "pastor" faz da Bíblia. Observe que praticamente todas as igrejas ditas "evangélicas" são unânimes em criticar a Igreja Católica, muitas vezes chamando-a de "prostituta", apontando o Papa como "anticristo" e outras blasfêmias terríveis. Como poderíamos dizer, então, que existem "muitas igrejas", e que todas são iguais perante Deus? Jesus disse: "Sobre esta Pedra (Pedro) edifico a minha Igreja", – no singular, e não "minhas igrejas", no plural. – Só há uma Verdade, e a Bíblia reafirma: "Há um só Senhor, uma só Fé e um só Batismo" (Ef 4,4-5).
Não basta qualquer pessoa ler a Bíblia, interpretar "do seu jeito", se dizer "pastor" ou intitular-se a si mesmo "bispo" ou "apóstolo", registrar uma razão social, alugar um salão e dizer que é "igreja". Igreja não é prédio, não é empresa, não é uma razão social. A Igreja é o Corpo Místico de Jesus Cristo neste mundo (Ef 5,23), e este Corpo não se divide contra si mesmo. A Cabeça deste Corpo é o próprio Cristo, como a Bíblia mesmo ensina, e este Corpo é íntegro e coeso. Uma perna não pode andar para um lado, e outra perna para outro. Um pé não pode querer ir para frente e outro para trás. Os braços não podem golpear o corpo, e cada um dos seus órgãos precisa trabalhar numa harmonia perfeita, em conjunto, para que o Corpo seja saudável. – É a missão do cristão e uma aventura maravilhosa comprovar, a cada nova descoberta, que existe uma caminho certo que nos leva a Cristo e à salvação.
Diante do exposto até aqui, que dizer? Não existem pessoas bem intencionadas em outras comunidades ditas cristãs, que agem de boa consciência e que poderão ganhar a salvação por Misericórdia Divina?
A Igreja crê que existem elementos de santidade e verdade presentes em várias religiões (CIC§819), e isso é uma verdade inegável, da qual poderíamos enumerar muitíssimos exemplos: há alguns anos, o controverso "pastor" Silas Malafaia deu exemplo de postura cristã num debate com o candidato petista à prefeitura de São Paulo; falou como todo bom católico deveria falar; agiu, em relação a determinados assuntos, como deveriam agir os padres e bispos católicos, que muitas vezes são omissos em questões importantes. Antes disso, ele já tinha acertado ao confrontar Edir Macedo quanto à questão do aborto, e também ao defender a Igreja Católica por conta das imagens de santos profanadas na famigerada "parada gay" paulista. E veja bem, estamos falando do representante de um seita indubitavelmente herética, um homem que prega a abominável "teologia da prosperidade" e acusa a Igreja de Cristo de "idólatra".
Veja como é claro que, mesmo podendo dizer algumas verdades, não é por pregar "em Nome de Jesus" que tudo o que alguém diz ou faz esteja certo. Ao contrário: quando alguém se coloca como "mestre" ou "pastor", em Nome do Senhor, e ao mesmo tempo prega contra a Igreja deste mesmo Senhor, seu erro é tremendo. Mesmo assim, por outro lado, até na pregação de um herege podemos encontrar elementos de santidade e de verdade. Não há dúvida de que, em algumas de suas pregações, muitos "pastores" dizem grandes verdades, e que podem interpretar corretamente determinados pontos isolados das Escrituras. E também cremos que a salvação não está fechada para ninguém, até mesmo para os não cristãos, conforme orienta a Santa Igreja. O Catecismo afirma que aqueles que, sem ter opção, não puderam conhecer Jesus Cristo nesta vida, não serão condenados. É o que a Teologia chama de "ignorância invencível".
Mas nada disso muda o fato de que existem uma Só Verdade e uma só Igreja, Corpo Místico de Nosso Senhor, a qual contém em si mesma todas as verdades das quais necessitamos para a nossa salvação.
Concluindo, mais uma vez insistimos, prezado Gabriel, que a Bíblia precisa ser compreendida em sua totalidade. A fala de Jesus claramente alude à unidade que deve existir dentro da Igreja, entre os diferentes grupos, possuidores de diferentes carismas. Também a convivência pacífica e a busca da união entre os cristãos deve ser constante, – e a Igreja tem trabalhado incessantemente neste sentido, – mas é preciso saber reconhecer e diferenciar as coisas. Conviver bem não é sinônimo de sincretismo e nem de irenismo.
Na esperança de que a pergunta tenha sido respondida, e de que o nosso esforço não tenha sido em vão, na Paz de Nosso Senhor agradecemos pela participação e pela confiança em nosso apostolado. Deus abençoe e ilumine com discernimento a todos os que lerem este artigo.
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