QUANDO, NO CAIR DA TARDE de um domingo, as vias de acesso a uma de
nossas grandes cidades congestionam-se com milhares de carros que
retornam de um fim de semana no litoral ou no campo, uma pergunta me
ocorre, e já nasce triste no meu coração: quantos desses homens e
mulheres,sejam maduros, jovens ou crianças, terão ido à Missa, hoje ou
ontem à tarde?
E a tristeza se acentua quando vou ao shopping e vejo a imensidão de
pessoas que se entregam com tanta voracidade ao consumismo desenfreado.
São grandes filas para comer um sanduíche numa lanchonete, para entrar
nas salas de cinema, e/ou para aproveitar alguma liquidação na loja da
moda...
Também me surpreendo quando passeio por certos pontos da cidade e vejo
as enormes filas que dão voltas nos quarteirões, milhares e milhares de
pessoas à espera da sua vez para entrar num estádio de futebol:
multidões que parecem pensar que o destino do Universo depende
unicamente das peripécias de uma bola e da emoção de um gol... Claro que
eu não condeno o lazer ou o prazer de um bom passeio, nem sou contra
quem vai assistir a um bom filme no cinema, e muito menos poderia ser
contra o esporte ou a prática de atividades esportivas. Tudo isso pode
ser muito bom e muito saudável. Mas... quantas dessas pessoas, que
superlotam os parques e shoppings, terão se lembrado de Deus nas suas
horas de folga e de lazer?
Quantos, no dia seguinte, voltarão ao trabalho realmente refeitos, não só de corpo como também de alma? Quantos destes poderiam se enquadrar na famosa frase de Santo Agostinho: “Meu coração está inquieto,e não descansará enquanto não repousar somente em Ti”?
Quantos, no dia seguinte, voltarão ao trabalho realmente refeitos, não só de corpo como também de alma? Quantos destes poderiam se enquadrar na famosa frase de Santo Agostinho: “Meu coração está inquieto,e não descansará enquanto não repousar somente em Ti”?
Perdeu-se a noção da dignidade e da importância diferenciada do domingo, como o momento insubstituível de culto ao Divino, e também de descanso espiritual, tanto para o indivíduo quanto para a família. Em nossas consciências está se esvaziando do seu real conteúdo o Dia do Senhor. E com esse esvaziamento compromete-se um importantíssimo valor cristão.
Essa é a origem etimológica da palavra domingo: Dies Domini. Não está em jogo aqui uma questão desnecessária, de menor importância. A participação atenta, profunda e proveitosa na Santa Missa é uma condição indispensável para a autêntica vida cristã! Assim o lembrou o Papa João Paulo II: “Tomem a sério o convite que a Igreja lhes dirige, com caráter obrigatório, para participar todos os domingos da Santa Missa”...
Que todo domingo seja configurado por essa nossa Fonte de Energia, como dia consagrado ao Senhor. A Ele pertence nossa vida, e somente a Ele se deve a nossa adoração. Todo domingo é uma maravilhosa oportunidade que nos é dada, de beber dessa Fonte, nesse processo de “recarregar baterias” espirituais no dia consagrado ao Senhor. Um momento para refazer as forças do corpo e do espírito, mudando as nossas atividades habituais, deixando a rotina (muitas vezes massacrante) de lado.
Desculpas para o não cumprimento do preceito dominical
Já ouvi dizer que o comparecimento à Missa pode atrapalhar a necessidade de descanso, lazer e/ou integração social. Colocam-se à frente de Deus: a festinha de aniversário, o churrasco, o futebol, o lazer, as atividades sociais... Alguém que realmente pensa assim simplesmente não compreende que as duas coisas, Missa e descanso, não são opostas, mas devem se completar!
O passeio, o esporte, o lazer e o repouso são oportunidades para o ser humano serenar corpo e espírito, e se colocar, assim, em condições ideais para entrar em Comunhão com o Criador. E ir à santa Missa, colher os frutos maravilhosos que só a Celebração Eucarística e a Comunhão com Deus pode nos oferecer.
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Fonte:
CINTRA, Luiz Fernando. Por que ir à Missa aos Domingos? São Paulo: Quadrante, 1989, pp. 3, 4.
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