quinta-feira, 31 de março de 2016

O Purgatório - Que lugar é esse ?




"Provando biblicamente" a existência do Purgatório


A palavra “Purgatório” não aparece na Bíblia, literalmente. Esse termo foi definido pela Igreja. A mesma Igreja que a própria Bíblia Sagrada declara ser "a coluna e o sustentáculo da Verdade" (1Tm 3,15). - E aqui é importante abrir parênteses para lembrar que nós, cristãos católicos, reconhecemos a realidade do Purgatório desde o primeiro século da Era Cristã, isto é, desde antes de o Novo Testamento da Bíblia existir enquanto tal. - Mas o conceito do Purgatório, a realidade de um lugar ou estado de purificação das almas, é facilmente encontrado também nas Escrituras, como veremos agora.

" Sobre o purgatório :
Mt. 5,26 - Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
Que todos somos pecadores,todos já sabemos.Mas nossa esperança de salvação colocada em Jesus nos faz levará ao céu . Porém nosssa condição de pecado não permitirá que estejamos então imediatamente diante do Pai. Pois Ele é o Céu ! Vamos primeiro pagar por tudo de errado que fizermos ou que já tenhamos feito. Só se apresenta diante do Altíssimo purificado. Por isso Deus em Sua infinita bondade e sabedoria permite nos purificar no PURGATÓRIO.
Um lugar onde aqueles que tenham crido na Salvação por Jesus, possa passar algum tempo, a critério de Deus e depois ir para o paraíso, aquele mesmo paraíso que Jesus prometeu ao ' bom ladrão' por ter ele reconhecido sua condição de pecado e ter acredito que Jesus era Deus , pedindo-lhe que se lembrasse dele quando entrasse em Seu Reino. Então agradeçamos ao Senhor por Sua Misericórdia e tentemos diminuir nossas penas a pagar cumprindo o mandamento de Jesus " amai-vos uns aos outros ",perdoando a quem temos que perdoar, vestindo os nus e dando de comer a quem tem fome, orando por nós e por todos os homens pelo perdão de nossos pecados. Ainda teremos muito a pagar porque em nossa condição de pecadores, pecamos muito por pensamento , palavras e por omissão. Mas lembremo-nos que para todos os que crerem em Jesus há um céu e está ao nosso alcance depois de pagarmos nossas penas no purgatório. Não é que o purgatório seja um lugar bom, não. mas é de lá que sairemos purificados para entrar na presença de Deus. E para aqueles que duvidam desse lugar , leiam o que Jesus falou sobre em Mt. 5, 17-48 em especial no versículo 26" 

Dulce Evangelizadora


Mateus 5, 17-48

¹E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
2 E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
12 Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
13 Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
14 Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
15 Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir.
18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
19 Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
22 Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.
23 Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
25 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
26 Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
27 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28 Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
29 Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
30 E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
31 Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
32 Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
33 Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor.
34 Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
35 Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
36 Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.
38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
39 Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
40 E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;
41 E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
42 Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;
45 Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.
46 Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
48 Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.

 
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Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja, no ano de 593dC já explicava o Purgatório conforme a Bíblia, nas palavras de Cristo:


“Aquele que é a Verdade, Jesus, afirma que existe antes do juízo um fogo purificador, pois Ele disse: ‘Se alguém blasfemar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem neste século nem no século futuro’ (Mt 12,32). Vemos então que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo (neste século), e outras, num mundo (ou século) futuro. O pecado contra o Espírito não será perdoado neste mundo e nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, que há pecados que serão perdoados após a morte.”1


Em 1Coríntios, Paulo também ensina a realidade do Purgatório: ele fala dos que constroem suas casas sobre o Fundamento que é Cristo: alguns utilizam material resistente ao fogo, outros usam materiais que não resistem ao fogo. Paulo apresenta o Juízo de Deus como fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, seu autor “receberá uma recompensa”; se não resistir, seu autor sofrerá uma pena, mas essa pena não é a condenação eterna, pois o texto diz que aquele cuja obra for perdida ainda se salvará: “Este perderá a recompensa; Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo” (1Cor 3,15).



Também em Mc 3,29, Jesus dá uma imagem nítida do Purgatório:


“O servo que, apesar de conhecer a Vontade de seu Senhor, lhe desobedeceu, será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a Vontade de seu Senhor, fizer coisas repreensíveis, será açoitado com poucos golpes. (Lc 12,45-48)”


Aí está o que a Igreja chama de Purgatório: Jesus mesmo ensina que, após a morte, há um estado em que os que foram pouco fiéis serão purificados por algum tempo, de acordo com suas culpas, e não eternamente.



Outra passagem bíblica que confirma o Purgatório é Lucas 12, 58-59:


“Faze o possível para entrar em acordo com o teu adversário no caminho até o magistrado, para que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali até pagares o último centavo”.


O Cristo não diz: “Nunca mais saírás dali”, mas ensina claramente: ao fim desta vida, seremos entregues ao Juiz, que poderá nos colocar numa prisão de onde não sairemos até saldarmos nossas dívidas, - mas da qual um dia haveremos de sair. - A condenação não é eterna em alguns casos, diferentes dos daqueles que vão ao Inferno. A mesma afirmação está em Mt 5, 22-26.



Mais: em 1Pedro (3,18-19; 4,6) vemos uma outra afirmação que nos leva inequivocamente à conclusão da existência do Purgatório:


"Cristo padeceu a morte em Carne, mas foi vivificado quanto ao Espírito. Neste mesmo Espírito Ele foi pregar aos espíritos detidos na prisão: aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”
.

O Cristo não teria porque pregar àquelas almas, se elas não tivessem a possibilidade de salvação: vemos então que os antigos estavam numa “prisão” temporária. Novamente, aí está o Purgatório: um estado onde as almas aguardam pela Salvação definitiva. Evidentemente não é o Céu, um lugar ou estado de alegria eterna na Presença de Deus, mas também não é um lugar de tormento eterno e irremediável. É um lugar ou estado da alma onde os espíritos são purificados, um lugar ensinado claramente na Bíblia Sagrada, inclusive pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
 
São Gregório Magno  - Diálogos 4,39


quarta-feira, 30 de março de 2016

Judas foi condenado por sua traição?







De fato a Igreja Católica não diz com certeza que Judas esteja condenado, embora haja indícios. Ele rejeitou absolutamente a graça de Deus.
Se ele pode ter se salvado só Deus sabe.
Sobre os suicidas a Igreja ensina que podem ter se salvado, exatamente dependendo do seu estado emocional e psíquico. E a Igreja  não impede mais a missa de corpo presente e tudo mais.
Veja um trecho sobre Judas Iscariotes:
Judas foi escolhido por Jesus porque certamente tinha os requisitos que eram necessários para ser um grande apóstolo. Usando mal da sua liberdade,não soube corresponder a graça de Deus. Esta é a maior prova para nós de que a graça de Deus não anula a natureza e a liberdade humana. Judas foi culpado do seu ato, pois agiu com toda a liberdade. Jamais Deus poderia te-lo escolhido com o mau desejo de que ele traisse Jesus; Deus não pode fazer e desejar nada de errado. Mas, Deus sabe aproveitar até o pecado da criatura humana para daí tirar algum bem. Assim, deste grande mal, a traição maior que a humanidade conheceu, Deus soube tirar a salvação para a humanidade. Não existe destino e nem predestinação. Existe o homem agindo com a sua inteligência, vontade e liberdade, ajudo pela graça de Deus. Nem sempre sabemos deixar a graça nos conduzir.
Prof. Felipe Aquino

terça-feira, 29 de março de 2016

O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO



”Todo o pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada.” Mat.12,31
 
Alguém poderá duvidar da misericórdia de Deus? Claro que não.
 Numa demonstração inefável de amor aos homens, Deus enviou seu Filho único para que, através d’Ele, o perdão ficasse disponível a todos. A salvação de Jesus Cristo é a maior prova, a mais cabal evidência de que “Deus é Amor” e que jamais despreza o que criou, pois se odiasse alguma coisa, não a teria criado.
 E nós, que fomos criados à “imagem e semelhança” do Deus que é Amor, somos convidados também a amar, de forma incondicional, e se assim não fazemos, nos frustramos, pois não exercemos o motivo de nossa existência.
 “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!’ Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque Ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. Pois, se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa terão? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se vocês cumprimentam somente seus irmãos, o que é que vocês fazem de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu”(4). São palavras como estas que fez de Jesus a maior personalidade de todos os tempos: mostrou aos homens que Deus ama a todos independentemente de qualquer coisa; e nós, espelho desse Amor, devemos procurar refleti-lo nitidamente, pois para isso fomos feitos.
 Contudo, uma curiosa passagem do Evangelho chama a atenção de quem conhece o Deus que é Amor Incondicional. Trata-se da fortíssima palavra de Jesus que é documentada por Mateus(5), Marcos e Lucas “Aos filhos dos homens serão perdoados todos os pecados e todas as blasfêmias que proferirem; todavia, quem blasfemar contra o Espírito Santo, jamais terá perdão, mas será réu de pecado eterno”.
 Duas perguntas nos surgem imediatamente: “Que pecado tão grave é este que não merece o perdão de Deus?” e “Deus, que é Amor, por causa deste pecado, esqueceria desse Amor para condenar eternamente o blasfemador do Espírito Santo?” Analisemos as questões.
 
a) que pecado é esse?
 
            Antes de sua volta para o Pai, Jesus prometeu um novo Consolador, um Advogado. Trata-se do Espírito Santo que viria para apanhar aquilo que é de Jesus e interpretar para os seus discípulos, para assim convencer o mundo “quanto ao pecado, quanto à justiça e quanto ao juízo”.
 
            Diante disso, nos ensina o Santo Padre João Paulo II que “a blasfêmia (contra o Espírito Santo) não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da cruz. Se o homem rejeita o deixar-se ‘convencer quanto ao pecado’, que provém do Espírito Santo e tem caráter salvífico, ele rejeita ao mesmo tempo a ‘vinda’ do Consolador: aquela ‘vinda’ que se efetuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do sangue de Cristo que ‘purifica a consciência das obras mortas’. Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito Santo e o sangue, permanece nas ‘obras mortas’, no pecado. E a ‘blasfêmia contra o Espírito Santo’ consiste exatamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que ele é dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por ele operada na consciência (...) Ora, a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a Redenção. O homem fica fechado no seu pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida”(10). Como Deus poderá perdoar alguém que não quer ser perdoado?
 
Para que o nosso entendimento ficasse mais claro acerca deste terrível pecado, o Papa São Pio X, que governou a Igreja de 1903 a 1914, no seu Catechismo Maggiore, ensinou que seis são os pecados contra o Espírito Santo:
 
            1º - Desesperação da salvação, ou seja, quando a pessoa perde as esperanças na salvação de Deus, achando que sua vida já está perdida. Julga, assim, que a misericórdia de Deus é mesquinha e por isso não se preocupa em orientar sua vida para o bem. Perdeu as esperanças em Deus.
 
            2º - Presunção de salvação sem merecimento, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma vaidade egoísta, achando-se já salva, quando na verdade nada fez para que merecesse a salvação. Isso cria uma fácil acomodação a ponto da pessoa não se mover em nenhum aspecto para que melhore. Se já está salva para que melhorar? – pode perguntar-se. Assim, a pessoa torna-se seu próprio juiz, abandonando o Juízo Absoluto que pertence somente a Deus.
 
            3º - Negar a verdade conhecida como tal, ou seja, quando a pessoa percebe que está errada, mas por uma questão meramente orgulhosa, não aceita: prefere persistir no erro do que reconhecer-se errada. Nega-se assim a Verdade que é o próprio Deus.
 
            4º - Inveja da graça que Deus dá a outrem, ou seja, a inveja é um sentimento que consiste primeiramente em entristecer-se porque o outro conseguiu algo de bom, independentemente se eu já possua aquilo ou não. É o não querer que a pessoa fique bem. Ora, se eu me invejo da graça que Deus dá alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o regulador do mundo, inclusive de Deus, determinando a quem deve ser dada tal ou tal coisa.
 
            5º - Obstinação no pecado, ou seja, é a teimosia, a firmeza, a relutância de permanecer no erro por qualquer motivo. Como o Papa João Paulo II disse, é quando o homem “reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a Redenção”.
 
            6º - Impenitência final, ou seja, é o resultado de toda uma vida que rejeita a ação de Deus: persiste no erro até o final e recusa arrepender-se e penitenciar-se.
 
 
b) por causa disso Deus abandona seu amor para condenar a criatura?
 
Deus não condena ninguém. Ao contrário, “Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos cheguem a se converter”(11).
 
No entanto, Deus não criou os seres humanos como irracionais, mas os criou à sua ‘imagem e semelhança”, que quer dizer: nos deu inteligência, para separar o bem do mal; liberdade, para escolher o bem ou o mal; e vontade, para vivenciar o bem ou o mal. A escolha é nossa, é de cada um.
 
Assim, vivemos a nossa vida direcionados pelos três pilares da imagem e semelhança de Deus: inteligência, liberdade e vontade, para que assim decidamos o que queremos trilhar. No fim da vida terrena, a morte confirmará a nossa decisão, dando-nos aquilo que escolhemos. Por isso, a conclusão torna-se óbvia: só está no inferno aqueles que realmente querem estar lá, aqueles que não querem a presença de Deus que ilumina suas imundícies.
 
Por outro lado, Deus, que “não quer que ninguém se perca”, continua a amar sua criatura, mesmo esta preferindo estar longe. Como já disse, o amor de Deus não impõe condições, assim, onde quer que a criatura esteja, Deus a amará sempre, embora respeitando aquilo que a faz ser uma pessoa: sua inteligência, sua liberdade e sua vontade.
 
 
Em suma: o pecado contra o Espírito Santo consiste na rejeição consciente da graça de Deus; é a recusa da salvação que, consequentemente, impede Deus de agir, pois Ele está à porta e bate(12), e a abre quem quiser. A persistência neste pecado, que é contra o Espírito Santo, pois este tem a missão de mostrar a Verdade, levará o pecador para longe de Deus, para onde ele escolheu estar. Apesar disso, o Senhor continuará a amá-lo com o mesmo amor de Pai que tem para com todos, porém respeitando a decisão de seu filho que é inteligente e livre.
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(1) cf. 1Jo 4,8.
(2) cf. Sb11,24.
(3) cf. Gn 1,26.
(4) Mt 5,43-48.
(5) cf. Mt Mt 12,31s.
(6) cf. Mc 3,28-s.
(7) cf. Lc 12,10.
(8) cf. Jo 16,14.
(9) Jo 16,8.
(10) Carta Encíclica Dominum Vivificantem, 46.
(11) 2Pe 3,9.
(12) cf. Ap 3,20.

domingo, 27 de março de 2016

“Não tenhais medo! Ele Ressuscitou! Aleluia!”




Jesus ressuscitou! A morte não teve a palavra final, apesar de Jesus ter sido obediente a ela, Deus Pai o resgatou das mãos injustas e lhe devolveu a vida, vencendo definitivamente aquela que O arrastara ao sepulcro.
Jesus ressuscitou! E com Ele ressuscitou também a esperança de que, seguindo seus passos e vivendo com o mesmo amor que Ele viveu – amor a Deus e ao próximo, também nós poderemos alcançar a ressurreição.
Jesus ressuscitou! A sua ressurreição inaugurou um novo tempo, abriu as portas a uma nova forma de viver. O reinado do egoísmo, da ganância e da prepotência foi vencido pelo reino da justiça, da compaixão e da misericórdia.
Jesus ressuscitou! E com Ele, ressuscitaram todos aqueles que estavam presos na mansão dos mortos, que nesse dia teve suas portas arrombadas para sempre. A vida humana deixou de ser finita para se tornar eterna.
Jesus ressuscitou! A Páscoa, passagem do Espírito de Deus que liberta da escravidão, ganhou um novo significado. Não mais a libertação terrena de um povo escolhido, mas a libertação plena de toda a humanidade.
Jesus ressuscitou! Sua vida não foi em vão, seu amor espalhou-se como semente e seu sangue derramado irrigou os corações fazendo brotar a cada dia, de forma admirável, inúmeros seguidores que não temiam, e não temem até hoje, anunciar que Jesus é o Senhor!
Jesus ressuscitou! Aquele a quem os poderosos quiseram destruir definitivamente pela morte de cruz, Deus elevou mais alto e deu-lhe o trono do mundo: Ele é o Rei Admirável, diante de quem todo joelho deve se dobrar, no céu e na terra.
Essa é a grande alegria deste dia; essa é a certeza que move todos os cristãos; essa é a chama que aquece os corações dos discípulos; essa é a argamassa da construção do Reino; essa é a transformação que gerou e continua gerando a vida plena para todos; essa é a pedra fundamental da nossa Igreja; essa é a grande verdade da nossa fé.
Jesus Cristo ressuscitou! Aleluia! Aleluia! Aleluia!
Feliz Páscoa!
Maria Aparecida de Cicco

sábado, 26 de março de 2016

Sábado santo - A Vigília Pascal





A celebração da Vigília pascal articula-se em quatro partes: 1) a liturgia da luz ou 'lucernário'; 2) a liturgia da Palavra; 3) a liturgia batismal; 4) a liturgia eucarística.1) A liturgia da luz consiste na bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do louvor pascal. O lume novo e o círio pascal simbolizam a luz da Páscoa, que é Cristo, luz do mundo. O texto do evidencia-o quando afirma que 'a luz de Cristo (…) dissipa as trevas de todo o mundo» e convida a «celebrar o esplendor admirável desta luz (…) na noite ditosa, em que o céu se une à terra, em que o homem se encontra com Deus!'.2) A liturgia da Palavra propõe sete leituras do Antigo Testamento, que recordam as maravilhas de Deus na história da salvação e duas do Novo Testamento, ou seja, o anúncio da Ressurreição segundo os três Evangelhos sinópticos, e a leitura apostólica sobre o Batismo cristão como sacramento da Páscoa de Cristo. Assim, a Igreja, 'começando por Moisés e seguindo pelos Profetas' (Lc 24,27), interpreta o mistério pascal de Cristo. Toda a escuta da Palavra é feita à luz do acontecimento-Cristo, simbolizado no círio colocado no candelabro junto ao Ambão ou perto do Altar.3) A liturgia batismal é parte integrante da celebração. Quando não há Batismo, faz-se a bênção da fonte batismal e a renovação das promessas do Batismo. Do programa ritual consta, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a aspersão de toda a assembleia com a água benta e a oração universal. A Igreja antiga batizava os catecúmenos nesta noite e hoje permanece a liturgia batismal, mesmo sem a celebração do Batismo.4) A liturgia eucarística é o momento culminante da Vigília, qual sacramento pleno da Páscoa, isto é, a memória do sacrifício da Cruz, a presença de Cristo Ressuscitado, o ápice da Iniciação cristã e o antegozo da Páscoa eterna.O sábado pascal é iniciado com o fogo novo. O que ele nos remete? A páscoa originalmente era uma celebração típica dos pastores. Depois passou a ser a grande festa da libertação dos hebreus, recordando sua saída do Egito. Mais tarde foi-lhe incorporada uma antiga festa agrícola dos pães sem fermento (ázimos).Nesse dia a Igreja toda guarda luto pela morte de Jesus. Neste dia se faz também a comemoração das Dores de Nossa Senhora.É uma celebração que relembra todos os sofrimentos de Nossa Senhora desde o nascimento de Jesus, culminando com a dor infinita à qual se viu exposto o coração de Maria, ao deixar seu divino Filho no sepulcro. Por maior que seja a solidão que algum coração humano já sentiu, por certo, sequer aproximará do amargor, do infinito abandono que se apossou do coração da mãe do Divino Amor.Na Solene Vigília Pascal da noite será celebrada a Missa da Ressurreição. Essa missa é precedida pela bênção do Fogo Novo e do Círio Pascal, benção da água Batismal e Renovação das Promessas do Batismo. Fogo: Sinal da presença de Deus na história, em suas manifestações de salvação. Ligado ao fogo, temos o círio pascal que aceso no fogo novo lembra o Cristo ressuscitado.Luz: Símbolo da vida. Representa a presença de Cristo que é vida e oferece vida e salvação ao homem. Jesus atravessa as portas da mansão dos mortos, vencendo e trazendo a luz para a humanidade.Água: Também é sinal da vida que é comunicada ao cristão quando ele renasce pelo batismo para um mundo novo.
 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Sexta Feira Santa



A Morte de Jesus
Isaias 53, 4-12


Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado.
5.Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.
6.Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós.
7.Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.)
8.Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo?
9.Foi-lhe dada sepultura ao lado de facínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira.
10.Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada.
11.Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniquidades.
12.Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados.

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Jesus morreu por nossos pecados (Rm 4,25), para livrar-nos deles e resgatar-nos da escravidão que o pecado introduz na vida humana. A Sagrada Escritura diz que a paixão e morte de Cristo são:
 a) sacrifício de aliança,
Jesus, oferecendo sua vida a Deus na Cruz, instituiu a Nova Aliança, isto é, a nova forma de união de Deus com os homens que havia sido profetizada por Isaias ( Is 42,6), Jeremias (Jr 31, 31-33) e Ezequiel (Ez 37,26). O Novo Pacto é a aliança selada no corpo de Cristo entregue por nós e em seu sangue derramado por nós (Mt 26,27-28).

b) sacrifício de expiação,

O sacrifício de Cristo na Cruz tem valor de expiação, isto é, de limpeza e purificação do pecado (cfr. Rm 3,25; Hb 1,3; 1 Jo 2,2; 4,10).


 c) sacrifício de propiciação e de reparação pelos pecados,

Cruz é sacrifício de propiciação e de reparação pelo pecado (Rm 3,25; Hb 1,3; 1 Jo2,2; 4,10). Cristo manifestou ao Pai o amor e a obediência que nós homens lhe havíamos negado com nossos pecados. Sua entrega fez justiça e satisfez o amor paterno de Deus que havíamos rechaçado desde o início da história.

d) ato de redenção e libertação dos homens.

 A Cruz de Cristo é ato de redenção e de libertação do homem. Jesus pagou nossa liberdade com o preço de seu sangue, isto é, de seus sofrimentos e de sua morte ( 1 P 1,18). Mereceu com sua entrega nossa salvação para incorporar-nos ao reino dos céus: “Ele nos livrou do poder das trevas e nos transladou ao Reino do Filho de seu amor, no qual temos a redenção: o perdão dos pecados." (Col 1,13-14).

Os efeitos da Cruz
 
O principal efeito da Cruz é eliminar o pecado e tudo aquilo que se opõe à união do homem com Deus. A Cruz, além de cancelar os pecados, nos livra também do diabo, que dirige ocultamente a trama do pecado, e da morte eterna. O diabo nada pode contra quem está unido a Cristo ( Rm 8,31-39) e a morte deixa de ser separação eterna de Deus, e permanece apenas como porta de acesso ao destino último ( 1 Cor. 15,55-56).
Removidos todos estes obstáculos, a Cruz abre para a humanidade o caminho da salvação, a possibilidade universal da graça.
Junto com sua Ressurreição e sua gloriosa Exaltação, a Cruz é causa da justificação do homem, isto é, não só da eliminação do pecado e dos demais obstáculos, mas também da infusão da vida nova (a graça de Cristo que santifica a alma). Cada sacramento é um modo diverso de participar na Páscoa de Cristo e de apropriar-se da salvação que dela provém. Concretamente, o Batismo livra-nos da morte introduzida pelo pecado original e nos permite viver a vida nova do Ressuscitado.
Jesus é a causa única e universal da salvação humana: o único mediador entre Deus e os homens. Toda graça de salvação dada aos homens provém de sua vida e, em particular, de seu mistério pascal.

Fonte :  http://opusdei.org.br/pt-br/article/tema-10-a-paixao-e-a-morte-na-cruz/

 

quinta-feira, 24 de março de 2016

Quinta feira Santa- As Quinze Dores Secretas de Jesus




Quinta feira Santa do ano do Senhor de 2016.
Hoje é o dia em que o Messias prometido por Deus em todo o Antigo testamento, inicia Sua excelsa doação por nós, para a nossa salvação .Ninguém mais poderia, mesmo se quisesse, doar sua vida em favor da salvação de todos os homens já nascidos e que ainda hão de nascer sobre a face da Terra. __Jesus é o Cordeiro de Deus, a oferta agradável ao Senhor Deus, só Ele !
Seu martírio foi totalmente consciente. Ninguém lhE tomou a vida . Deu-a porque quis fazer cumprir a vontade do pai !
Nessa noite de quinta feira, após ter se reunido pela última vez com os seus, após ter instituído a Santa Eucaristia e pedido que A perpetuássemos em memória d'Ele, partiu ao monte das Oliveiras para orar. E lá no Monte experimentou a maior agonia que já houve sobre a Terra e entre os homens. Foi a antecipação da cruz! Foi já o Santo Sangue derramado. Foi quando confessou que "Sua alma estava triste até a morte " (Mt. 26, 38 ). Mas acima de tudo foi o momento que concretizou a vontade do pai cumprindo o que somente Ele, Jesus, poderia fazer. Tudo o que se passou nessa noite foi muito horrível e cruel e Jesus já o sabia com todos os detalhes. Foi traído por um dos seus, foi preso e torturado. Essa noite foi a noite das dores secretas, das dores que nenhum dos apóstolos souberam realmente o que se passou, para poderem contar. Isso viria a ser privilégio de uma irmã , uma freira da Ordem de Santa Clara que vivia em reconhecida fama de santidade e deseja conhecer por amor, as torturas que durante aquela noite passara. em 1740 o Papa Clemente XII confirmou essa devoção recomendada pelo Colégio dos Cardeais. Segue abaixo a devoção às Quinze Dores Secretas de Jesus. Retirada do site :
As quinze Dores secretas :
Estando piedosamente recolhida em oração, Irmã Maria Madalena, da Ordem de Santa Clara, recebeu a visita de nosso Senhor, dizendo que gostaria de revelar-lhe as quinze dores secretas de Sua Dolorosa Paixão.

01. Amarraram os Meus pés com uma corda e arrastaram-Me, por uma escada abaixo, para uma cave (sub-solo) fedorenta e imunda.
(rezemos Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

02. Despojaram-Me das Minhas vestes e com pontas de ferro cobriram o Meu Corpo de Chagas.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

03. Ataram uma corda em volta do Meu Corpo e arrastaram-Me pelo chão, de uma ponta a outra da cave.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

04. Ligaram-Me a uma trave de madeira e nela Me deixaram suspenso, até que escorregasse e caísse por terra. Esse sofrimento fez jorrar dos Meus olhos lágrimas de Sangue.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

05. Fixaram-Me a uma estaca e martirizaram-Me com todas as espécies de armas, varando-Me o Corpo, atirando-Me pedras e queimando-Me com brasas e archotes.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

06. Atravessaram-Me com sovelas e agulhas, arrancando, em vários lugares, a pele e a carne de Meu Corpo e das Minhas veias.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

07. Amarraram-Me a uma coluna e colocaram Meus pés sobre uma chapa metálica incandescente.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

08. Coroaram-Me com uma coroa de ferro e vedaram os Meus Olhos com trapos repugnantes.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

09. Assintaram-Me sobre uma cadeira cheia de pregos aguçados que abriram profundos buracos em Me Corpo.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

10. Aspergiram Minhas Chagas com resina e chumbo fundido e lançaram-Me da cadeira abaixo.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

11. Para vergonha Minha e Meu suplicio cravaram agulhas e pregos nos furos da Minha barba, já violentamente arrancada.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

12. atiraram-Me sobre uma cruz, à qual Me amarraram com um corda, pés e mãos, com uma tal força e dureza, que estive a ponto de ser asfixiado.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

13. Espinharam-Me a Cabeça. Um deles pôs-Me o pé sobre o peito e atravessou-Me a língua com um espinho de Minha coroa.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

14. Colocaram as mais horríveis imundícies em Minha Boca.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

15. Fizeram recair sobre Mais uma torrente de injúrias infames, ligaram-Me as Mãos atrás das Costas e conduziram-Me para fora da prisão, batendo-Me e vergastando-Me vezes sem conta.
(Pai-nosso, Ave-Maria e Glória).

E Jesus continuou:

“Minha querida filha! Peço-te que faças conhecidas de muitas almas estas Minhas angústias e dores secretas, a fim de que sejam meditadas e honradas. No Dia do Juízo Final Eu darei uma eternidade para aqueles que, por amor e com reconhecimento, Me tenham oferecido todos os dias os merecimentos de Meus Sofrimentos secretos, completando a oferta com a oração de Louvor e Reparação que segue”.

ORAÇÃO:
“Meu Senhor e meu DEUS! É minha vontade irrevogável honrar-vos e adorar-Vos por todas as Vossas dores secretas e pelo derramamento do Vosso Sangue. Quantos grãos de areia haja no mar, grãos de terra nos campos, rebentos de erva em toda a terra, frutos nas árvores, folhas nos ramos, flores nos campos, estrelas no firmamento, Anjos no Céus e criaturas sobre a terra, tantas milhares de vezes sejam adorados e glorificados o Senhor JESUS CRISTO, o Seu Santíssimo Coração, o Seu preciosíssimo Sangue, o Sacrifício Divino da Santa Missa e o Santíssimo Sacramento do Altar.
Sejam louvados e glorificados a Santíssima Virgem MARIA, os noves coros gloriosos dos Anjos e a multidão dos Santos, por mim e por todos os homens, agora e por toda a eternidade. Tantas vezes eu desejo, meu bem amado Jesus, agradecer-vos, servir-vos, agradecer-vos, reparar todos os ultrajes que Vos são feitos e pertencer-Vos de corpo e alma. Quero, muitas vezes, arrepender-me dos meus pecados e pedir-vos, ó meu Deus, perdão e misericórdia. Quero também oferecer a DEUS PAI os Vossos Méritos infinitos, em reparação das minhas faltas, dos meus pecados e pelos meus tão merecidos castigos. Estou firmemente decidido a mudar de vida e peço-vos que, a hora da minha morte, me sinta feliz e em paz.
Quero também rezar pela libertação das pobres almas do Purgatório. Desejo renovar fielmente este louvor de reparação e amor, em cada hora do dia e da noite, até ao último instante da minha vida.
Peço-Vos, meu bom e amabilíssimo JESUS, que confirmeis no Céus este meu sincero desejo. Não consintais, JESUS, que ele seja destruído pelos homens, e muito menos ainda, pelo espírito maligno." Amém.

O que Pedro temia para ter negado a seu Senhor ?



"Prometeu morrer por ele, quando não era capaz nem de morrer com ele..."
(Santo Agostinho, Sermão 296, 1)

No Domingo de Ramos, e de novo na Sexta-feira Santa, nós ouvimos e participamos de uma das cenas mais infames da história cristã. Faz-se a leitura do Evangelho (dos Sinóticos no Domingo de Ramos e do Evangelho de São João, como de costume, na Sexta-feira da Paixão) da noite em que Jesus Cristo foi traído por Seus amigos, preso e condenado por autoridades tanto religiosas quanto seculares, torturado e executado como um traidor e revolucionário. Os fiéis participam no desenrolar da história, assumindo os papéis: dos soldados romanos que bateram em Jesus; do povo judeu que O acusou ante Pilatos ("Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo", "Ele agita o povo"); e — na parte mais condenatória do drama — da multidão ainda maior reunida no pretório ("Fora com ele! Solta-nos Barrabás!", "Crucifica-o! Crucifica-o!"). Essas são umas das mais difíceis palavras que temos que pronunciar em toda a liturgia católica, "mea culpa, mea maxima culpa" incluídas.
Em uma espécie de história paralela à principal, somos levados a uma narrativa secreta envolvendo Pedro. Enquanto o processo formal de Jesus acontece, Pedro é submetido a um processo informal. Não estou certo do que os estudiosos têm a dizer sobre isso, mas parece-me que essa história só podia vir à tona por uma acusação do próprio apóstolo, uma confissão que Pedro provavelmente fez aos seus irmãos e que foi obrigado a reviver mais e mais vezes pelo resto de sua vida. Pedro — a pedra! — tinha se quebrado de medo no momento de sua prova.
Mas Pedro estava com medo de quê? Obviamente, diríamos nós, ele estava com medo dos romanos, dos seus soldados, das suas espadas, das suas lanças e das suas cruzes. Estava com medo de que defender o seu amigo lhe custasse a vida. Estava com medo de que os judeus, por meio dos romanos, lhe tirassem a vida, assim como tinham conspirado para tirar a vida de seu mestre.
Mas não era este o mesmo homem que, apenas algumas horas antes, quando Jesus fora confrontado por Judas e por um bando de soldados, "puxou uma espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a ponta da orelha direita" (Jo 18, 10)? Nós geralmente pensamos que esse grupo consistia apenas de alguns homens, mas alguns comentaristas especulam que esse bando de soldados, na verdade, era um batalhão de 200 sob o seu comandante (cf. Jo 18, 12), ou talvez uma legião tão grande quanto 600. O ataque de Pedro ao servo do sumo sacerdote teria exigido dele alguma presença de espírito, para dizer o mínimo. Não acredito que muitos dos que puxaram espadas contra uma legião romana tenham sobrevivido para contar a história.
Se ele não estava com medo de entregar a sua vida, então, do que estava com medo? Por que não correu em defesa de Jesus no pátio, assim como havia feito no horto? No segundo livro de sua trilogia biográfica Jesus de Nazaré, o Papa Bento XVI provê o seguinte comentário:
"A sua vontade de passar às vias de fato, o seu heroísmo, acaba na renegação. Para assegurar-se um lugar perto da fogueira no átrio do palácio do Sumo Sacerdote e possivelmente informar-se sobre os últimos desenvolvimentos do caso de Jesus, Pedro assevera que não o conhece. O seu heroísmo descambou numa mesquinha forma de tática. Deve aprender a esperar a sua hora; tem de aprender a expectativa, a perseverança." [1]
Na perspectiva de Ratzinger, o pecado de Pedro não foi uma falta de coragem, mas um desejo de heroísmo. Ele não temia uma morte violenta per se, mas o tipo de fatalidade que estava, com cada vez mais claridade, para se abater sobre Jesus; uma fatalidade que incluiria não apenas a morte violenta, mas que seria precedida pelo escárnio público e por uma espera prolongada nas mãos de seus apreensores. Não lhe faltou a coragem para tomar iniciativa própria, mas para entregar-se ao auto-abandono e permitir que Deus agisse em seu lugar. Ele queria ser bem sucedido de modo ativo, não passivamente. Ele sabia que tinha a coragem para um momento bem determinado e escolhido de bravata, mas faltavam-lhe a confiança e a perseverança requeridas para lançar a sua sorte, houvesse o que houvesse, no momento que se lhe apresentava.
Um modo óbvio de identificar-se com Pedro e aprender de seu fracasso é refletir sobre a nossa própria tendência de negar a nossa identidade cristã quando somos confrontados com alguma oposição. Talvez no trabalho. Talvez entre os nossos amigos. Talvez quando menos esperamos ser apontados como um deles, ou onde mais somos tentados a negá-lo. Mas outra forma, talvez mais adequada, de nos identificarmos com essa história, é vê-la como uma cartografia bíblica dos desafios concretos que existem em uma vida simultaneamente física e espiritual.
Como Pedro, nós somos confrontados todos os dias com a tarefa de fazer provisões e tomar decisões prudentes para esta vida e a próxima — não simplesmente para uma ou para outra. Esse tem sido desde sempre um esforço das pessoas sensatas. A era moderna tem apresentado um novo desafio à humanidade nesse sentido, graças a um quadro filosófico único na história humana — um "quadro imanente", que James K. A. Smith descreve como "um espaço social construído que situa as nossas vidas inteiramente dentro de uma ordem natural", "o espaço circunscrito do moderno imaginário social que torna impossível a transcendência" [2].
Suspeito que nessa "era secular", mais do que nunca, muitos de nós lutamos com a tendência de Pedro: se queremos que algo seja feito, confiamos em nós mesmos para fazer as coisas naturalmente, ao invés de permitir que Deus faça algo sobrenatural que exceda as nossas capacidades. Nós, assim como Pedro, nos entusiasmamos com a ideia de um Messias, mas não com a de um Servo Sofredor. O problema inicial de Pedro nunca foi ter se omitido em um momento de desafio — ao contrário, parecia ser justamente nesses momentos que ele tomava a frente e chamava a responsabilidade para si, mesmo sem entender completamente o que lhe era pedido. Mesmo quando Jesus fê-lo vislumbrar a Sua divindade, ele quis entesourá-la, fazer uma tenda para ela (cf. Lc 9, 28-36), ainda sem entender que a glória do Senhor só seria totalmente revelada no tempo devido — isto é, na Ressurreição. Até lá, porém, ele estava preso ao "quadro imanente".
O capítulo 21 do Evangelho de São João pinta uma figura diferente de Pedro, que foi atualizada à luz da Ressurreição. Pedro tem a chance de afirmar três vezes o que antes ele tinha negado três vezes, e de reconciliar-se com o Senhor, apesar de suas fraquezas e imperfeições. É com esse pano de fundo que Jesus lhe dá uma lição final de obediência, que mudaria definitivamente a sua perspectiva: "Quando eras jovem, tu mesmo amarravas teu cinto e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te amarrará pela cintura e te levará para onde não queres ir" (Jo 21, 18). Com isso, a perspectiva de Pedro foi alargada: não eram mais as suas concepções, os seus planos, as suas ações ou a sua habilidade de sucesso mundano. Ele aprendia que o seu papel na Igreja — e na sua própria salvação — deveria ser sobrenatural.
O conto apócrifo do Quo vadis toca na mesma questão. A razão natural por que Pedro fugiu de Roma não era o medo de perder a própria vida, mas o temor de que a Igreja se perdesse sem ele. Só um encontro com o Senhor Ressuscitado poderia lembrá-lo que a confiança era necessária, mais do que as conquistas temporais. Depois disso, então, ele seguiria os passos do próprio Cristo e participaria na paradoxal vitória da Cruz, a qual só faz sentido para aqueles que crêem nela. Teremos nós a coragem de fazer o mesmo?
 
Fonte: Crisis Magazine | Tradução e adaptação: Equipe Christo Nihil Præponere

quarta-feira, 23 de março de 2016

A CEIA


As horas que precederam a Paixão e morte de Jesus ficaram gravadas com uma força singular na memória e no coração daqueles que estiveram com Ele. Por isso, nos escritos do Novo Testamento são conservados muitos detalhes do que Jesus fez e disse na sua última ceia . Nesta ocasião, Jesus estava a sós com os doze Apóstolos (Mt 26,20; Mc 14,17 e 20; Lc 22,14). Não o acompanhavam nem Maria, sua mãe, nem as santas mulheres. Segundo o relato de São João, no começo, num gesto carregado de significado, Jesus lava os pés dos seus discípulos dando assim um exemplo humilde de serviço (Jo 13, 1-20). A seguir, acontece um dos episódios mais dramáticos desta reunião: Jesus anuncia que um deles vai traí-lo e eles permanecem entreolhando-se, pasmados diante do que Jesus está dizendo, e Jesus, de um modo discreto, indica Judas (Mt 26, 20-25; Mc 14, 17-21; Lc 22,21-23 e Jo 13, 21-22).
Na própria celebração da ceia, o fato mais surpreendente foi a instituição da Eucaristia. Do que aconteceu neste momento se conservam quatro relatos: os três dos sinóticos (Mt 26, 26-29; Mc 14, 22-25; Lc 22, 14-20) e o de São Paulo (1 Cor 11, 23-26), muito parecidos entre si. Em todas narrações, trata-se de apenas uns poucos versículos nas quais se recordam os gestos e as palavras de Jesus que deram origem ao Sacramento e que constituem o núcleo do novo rito: “E tomando o pão, deu graças, o partiu e o distribuiu dizendo: -Isto é o meu corpo, que é entregue por vós. Fazei isto em minha memória"(Lc 22, 19 e par.).
São palavras que expressam a novidade radical do que estava acontecendo nessa ceia de Jesus com seus Apóstolos em relação às ceias ordinárias. Jesus na sua Ultima Ceia não entregou pão aos que estavam em torno da mesa, mas sim uma realidade diferente sob as aparências de pão: “Isto é o meu corpo". E transmitiu aos Apóstolos que estavam ali o poder necessário para fazer o que Ele fez naquela ocasião: “Fazei isto em minha memória". Ao final da ceia também acontece algo de uma relevância singular: “Do mesmo modo, tomou o cálice depois de haver terminado a ceia e disse: -Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que derramado por vós" (Lc 22, 20 e par.).
Os apóstolos compreenderam que se antes haviam assistido a entrega do Seu corpo sob as aparências do pão, agora lhes dava para beber o Seu sangue em um cálice. Deste modo, a tradição cristã percebeu nesta lembrança da entrega separada do Seu corpo e do Seu sangue um sinal eficaz do sacrifício que poucas horas depois haveria de se consumar na cruz.
Além disto, durante todo este tempo, Jesus falando com afeto e deixando no coração dos Apóstolos as Suas últimas palavras. No Evangelho de São João se conserva a memória desta longa e inesquecível ceia. Nestes momentos se situa o mandamento novo cujo cumprimento será o sinal distintivo do cristão: “Um mandamento novo vos dou: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos tenho amado, amai-vos também uns aos outros, Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (Jo 13, 34-35).
  • Francisco Varo

terça-feira, 22 de março de 2016

Por que Jesus morreu na cruz ?



É comum ouvir a expressão “Cristo morreu na cruz por nós”, mas o que ela significa? Como funcionou, na prática, a redenção dos pecados da humanidade através da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz?
No Antigo Testamento animais eram sacrificados, pois havia uma aliança entre Deus e o povo de Israel, na qual esses deveriam cumprir a referida aliança obedecendo à Lei. Cabia ao povo ser fiel, todavia, a Lei era muitíssimo rígida, tanto que era quase impossível cumpri-la à risca. Deste modo, foram criados mecanismos para a chamada “expiação”, por meio da qual o povo seria redimido de suas faltas.
Um dia no ano era dedicado à expiação - o Yom Kipur. O Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos, lugar mais sagrado do Templo - onde pronunciava o nome de Deus e aspergia o propiciatório com o sangue das “vítimas”. O propiciatório, por sua vez, era o lugar onde Deus estava.
O sangue significava que o homem merecia, de fato, a morte, pois não obedera a Lei. Ao jogar o sangue cheio das misérias naquele lugar santo, ele se tornava purificado por causa da presença de Deus. O Santíssimo (Deus) purificava o sangue (povo).
Ora, logo os profetas passaram a denunciar a insuficiência desses cultos e sacrifícios. Era evidente que o sangue de touros, bodes e carneiros não purificava nada. O sacrifício era sempre incompleto e precisava ser repetido todos os anos.
Era desejo de Deus que os homens O obedecessem, que cumprissem a Lei plenamente. E, para que o povo honrasse a Aliança era necessário que tivesse um novo coração. Foi o profeta Ezequiel que deu a chave: “ Dar-vos-ei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e voz darei um coração de carne” (36,26).
O Antigo Testamento se fecha, portanto, com essa grande expectativa: um coração novo! E a promessa se cumpriu em Jesus Cristo. Deus se fez homem para dar ao homem um coração novo, um coração obediente que realizou a Lei completamente e a Aliança Perfeita. A união perfeita entre Deus e o homem acontece na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Catecismo da Igreja Católica resume de forma magistral esta realidade:
Quando São Paulo diz de Jesus que “Deus o destinou como instrumento de propiciação, por seu próprio Sangue, quer afirmar que na humanidade deste último “era Deus que em Cristo reconciliava consigo o mundo. (433)

Jesus é o propiciatório! Ao derramar Seu sangue na Cruz, o sangue da vítima toca o propiciatório, por assim dizer e ali acontece o sacrifício expiatório definitivo, posto que perfeito. Na Cruz, o puro e imaculado que é Jesus, toma sobre si os pecados da humanidade. Não mais simbolicamente, como no Antigo Testamento, mas de forma real. A miséria, o pecado, a desgraça, a morte tocam no propiciatório que é Jesus e tudo é lavado, purificado, liberto. Para isso é que foi necessária a morte de Cristo na Cruz. 


Pe. Paulo Ricardo
https://padrepauloricardo.org/episodios/por-que-foi-necessaria-a-morte-de-cristo

domingo, 20 de março de 2016

o Vale da Agonia do Senhor


Referência: Mateus 26.36-46

INTRODUÇÃO

1. O vale da dor é incontornável. Todos passamos por ele. Todos sofremos.
2. Jesus também teve o seu Getsêmani. O jardim do Getsêmani fica no sopé do Monte das Oliveiras, pois ali existia muitos olivais. Getsêmani significa lagar de azeite, prensa de azeite.
3. Por ser um aparato destinado a receber os frutos da oliveira, para transformá-los em óleo, produto de muitas utilidades, o dito aparato era instalado mesmo no interior do jardim das Oliveiras.
4. Foi neste lagar de azeite, onde as azeitonas eram esmagadas, que Jesus experimentou o mais intensa e cruel agonia. Ali sua vida foi moída. Ali foi esmagado sob o peso dos nossos pecados. Ali seu corpo foi golpeado. Ali suou sangue. Ali enfrentou a fúria do inferno, o silêncio do céu.

I. O PRELÚDIO DO VALE DA DOR 

1. Olhe pela janela dos quatro evangelhos e veja que noite fatídica foi aquela para Jesus.
2. Lá estava Jesus, com os doze discípulos, celebrando a Páscoa
a) Ele ensina a eles a humildade, lava-lhes os pés;
b) Ele aponta o traidor, e este sai na escuridão daquela noite para o trair;
c) Ele lhes dá o novo mandamento;
d) Ele avisa a Pedro “Nesta noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes”.
e) Ele lhes consola: “Não se turbe o vosso coração…”
f) Ele ora por eles (Jo 17).
3. Saem de noite, do Cenáculo, na noite da trama, da armadilha, dos acordos escusos, do suborno traidor, na calada da noite. O sinédrio está reunido na surdina, urdindo planos diabólicos, subornando testemunhas, comprando a consciência fraca de Judas.
4. Saem do Cenáculo apenas em 11. Judas não voltou. Descem o Monte Sião. Cruzam o Vale do Cedrom. Entram no Getsâmani. Era noite. Dos 11 que o acompanham, 8 estão ficando para trás. E parece que por ordem dele: “Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.”
5. Continua Jesus caminhando, mas agora, somente com 3. A angústia toma conta de sua alma. A morte, o salário do pecado, o acossa. “A minha alma está profundamente triste até a morte”.
6. Os 3 ficam também para trás. Ele agora segue sozinho. Ajoelhou-se o Senhor do céu e da terra. Ajoelhou-se o Rei do Universo. Ajoelhou-se o Deus encarnado.
Prostrou-se com o rosto em terra – humilhou-se.
Ora intensamente, numa luta de sangrento suor.
O anjo de Deus vem consolá-lo.
Judas capitaneia a súcia, a turba maligna.
Os inimigos caem. Cristo se entrega voluntariamente.

II. AS MENSAGENS DO VALE DA DOR

1. No Vale da dor enfrentamos profunda tristeza – v. 38 
No Getsêmani da vida você terá tristeza. Sim, se Cristo passou pelo Vale da Dor, nós também passaremos. Vida Cristã é um vale de lágrimas. Temos alegria do céu, mas cruzamos também os vales da dor. Passamos por desertos esbraseantes, por ondas revoltas, por ventos contrários, por rios caudalosos, por fornalhas ardentes.
Jesus também teve tristeza e não foi só no Getsêmani:
a) Ficou triste com a morte do seu amigo Lázaro – e essa tristeza levou-o também a chorar. Quantas vezes você já ficou triste e chorou pela morte de um amigo, de um ente-querido?
b) Ficou triste e chorou sobre a cidade de Jerusalém – Jesus chorou ao contemplar a impenitente cidade de Jerusalém, assassina de profetas, rebelde. Ele disse: “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedrejas os que te foram enviados, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus filhotes, mas tu não o quisestes”. Quantas vezes você já chorou por um parente ou amigo que se recusou a crer em Cristo até a hora da morte?
c) Ficou triste no Getsêmani – Agora, entre a ramagem soturna das oliveiras, sob o clima denso da trama, e peso da cruz Jesus declara: “A minha alma está profundamente tirste até a morte”.
d) Por que Jesus estava triste?
1) Era porque sabia que Judas estava se aproximando com a turba assassina?
2) Era porque estava dolorosamente consciente de que Pedro o negaria?
3) Era porque sabia que o Sinédrio o condenaria?
4) Era porque sabia que Pilatos o sentenciaria.
5) Era porque sabia que o povo gritaria infrene: Crucifica-o?
6) Era porque sabia que o povo escolheria a Barrabás e o condenaria?
7) Era porque sabia que seria açoitado, cuspido e humilhado pelos soldados romanos?
8) Era porque sabia que os seus discípulos o abandonariam na hora da morte? NÃO!!!
A tristeza de Cristo era porque sua alma pura, estava recebendo toda a carga de todos os nossos pecados. Na cruz Deus escondeu o rosto do seu Filho. Ali ele foi feito pecado e maldição. Ali ele clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
Até o sol escondeu o rosto de Jesus, e as trevas cobriram a terra.
Jesus foi traspassado, moído. Na cruz ele desceu ao Hades.
Ali ele entristeceu-se porque sorveu sozinho o cálice da ira de Deus. Só pagou o preço da nossa redenção. Sofreu só, sangrou só, só morreu!
Como você tem enfrentado o seu vale de dor, o seu Getsêmani?
2. O vale da solidão- v. 39
No Getsêmani da vida, no vale da dor, muitas vezes, você sofrerá sozinho.
Nesta hora Jesus buscou dois refúgios: a solidariedade humana e a vontade divina. Na solidão precisamos de a) Comunhão Humana; b) Comunhão com Deus. Jesus pediu a presença dos 3 discípulos com ele. Jesus não pede nada, nem quer ouvir nada deles, mas pede a presença deles. Paulo também prediu que Timóteo fosse ter com ele e levasse João Marcos. Na hora da solidão, precisamos de gente e precisamos de Deus!
a) Muita gente há havia abandonado a Jesus (Jo 6:66).
b) Seus discípulos o iam abandonar agora (Mt 26:56).
c) Pior de tudo, na cruz ia gritar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” – As multidões o deixaram. Os discípulos o deixaram. Agora é desamparado pelo próprio Pai.
d) Muitas coisas disse Jesus às multidões. Quando porém, falou de um traidor, foi apenas para os 12. E únicamente para 3 desses 12 é que ele disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte”. E por fim, quando começou a suar sangue, estava completamente sozinho.
e) Quando Paulo estava no seu Getsêmani, na prisão romana, à beira do martírio, disse: “Todos me abandonaram. Na minha primeira defesa ninguém foi ao meu favor. Mas ali viu sua coroa.
f) Quando João foi exilado na Ilha de Patmos, passou pelo seu Getsêmani sozinho, mas ali Deus lhe abriu a porta do céu.
g) Quando Jó foi abandonado pela sua mulher, e acusado pelos seus amigos, pode ver a Deus face a face.
h) Como você tem enfrentado a sua solidão?

3. O vale da oração – v. 39,42,44

Quando passamos pelo Vale da dor, muitos murmuram, outros se desesperam, outros deixam de orar, outros deixam de ler a Bíblia, outros abandonam a igreja, outros se revoltam contra Deus.
Nas provas devemos aprender a orar como Jesus. Sua oração foi marcada por 5 características:
1) Humilhação – Ele, o Deus eterno, está de joelhos. Ele, o criador do universo, está com o rosto em terra, suando sangue. Como não deveríamos estar quando também atravessamos o vale da dor?
2) Intensidade (Lc 22:44) – Jesus enfrentou a maior batalha da sua vida em oração. A batalha foi tão intensa que Jesus começou a suar sangue. Foi uma oração de guerra. Ele se agonizou em oração.
3) Perseverança – Ele orou 3 vezes e progressivamente.
4) Vigilância (v. 41) – Jesus alertou os discípulos para vigiar e orar. Porque não vigiaram: 1) Dormiram na batalha; 2) Pedro negou Jesus; 3) Os discípulos fugiram; 4) Pedro cortou a orelha de Malco; 5) Não sabiam o que responder a Jesus? Seus olhos estavam carregados de sono, porque seus corações estavam vazios de oração.
5) Submissão (v. 39,42,44) – A oração não é que a vontade do homem seja feita no céu, mas para que a vontade de Deus seja feita na terra. Porque Jesus orou teve coragem para enfrentar a turba, a prisão, os açoites, a cruz, a morte. Sem oração você foge como os discípulos (v. 56). “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas se orar, o bicho foge”.
Muitos se desesperam quando cruzam o vale da dor, mas Cristo caiu de joelhos e orou e na oração prevaleceu. E você, tem se rendido a Deus? Tem se colocado de joelhos, dizendo: “eu me rendo Senhor, seja feita a tua vontade Senhor”.
Marcos 14:36 diz que Jesus começou sua oração, dizendo: “Aba, Pai”. Era a palavra que uma criancinha usava para se dirigir ao seu Pai. Jesus se dirige a Deus, sabendo que ele é Pai, digno de toda confiança. O que nos livra da tentação é saber que no vale da dor: Deus é bom e ele é o nosso Pai.

4. O vale da Consolação (Lc 22:43) 

Deus nos consola nos dando livramento da prova, ou nos dando poder para vencer as provas.
a) Paulo ora 3 vezes pedindo cura do espinho na carne, mas Deus lhe diz: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
b) Tiago diz que devemos ter por motivo de toda a alegria, o passarmos por diversas tribulações (Tg 1:2-4).
c) No Getsêmani da vida, Deus o consolará: “E apareceu-lhe um anjo do céu que o confortava”.
d) Jesus não encontrou pleno conforto nos seus discípulos, pois a vigília da solidariedade tinha se transformado no sono da fuga. Mas quando Jesus buscou a face do Pai, um anjo desceu do céu para confortá-lo. Porque os amigos mais solidários falharam, ele ficou solitário com o Pai e foi consolado.
e) Agora o sofredor manchado de sangue é consolado por um anjo do céu. Depois que travou a mais sangrenta batalha da história. Depois que aceitou sorver sozinho o cálice da ira de Deus. Depois que se dispôs a carregar o lenho maldito. Depois que se dispôs a se tornar maldição por nós. Depois que desafiou o inferno e seus demônios, foi consolado!
f) Deus nunca abandona os seus no vale da dor, no Getsêmani da vida. Ele é o Deus e Pai de toda consolação.
1) Os amigos de Daniel – No Getsêmani da fornalha foram consolados pelo anjo do Senhor.
2) Pedro na prisão – ia ser morto no dia seguinte, mas o anjo do Senhor o levantou, o guiou, o livrou, o consolou.
3) Paulo no naufrágio – Passou 14 dias na voragem do mar. Tempestade convulsiva. Todos haviam perdido a esperança. Mas Deuse enviou seu anjo para confortar a Paulo e lhe garantiu a vitória.
4) Você tem sentido a consolação de Deus?

CONCLUSÃO 

 Como foi que Jesus entrou no Getsêmani da sua vida? Profundamente angustiado, abatido e cheio de tristeza.
 Como foi que saiu? Tão fortalecido e vitorioso que bastou somente uma palavra sua para fazer seus inimigos recuarem, caindo todos por terra. Jesus não foi preso, ele se entregou. Ele se deu. Ele morreu. Ele ressuscitou. Ele venceu. Ele está conosco. Ele nos consola, nos guia, nos leva para a Casa do Pai.

sábado, 19 de março de 2016

Terço de São José



Terço de São José
Nas contas do grandes:
Meu glorioso São José,
 nas vossas maiores aflições
e tribulações não vos valeu o
 anjo do Senhor? Valei-me, São José!
Nas contas da pequenas:
São José, valei-me!
No final de cada dezena:
Jesus, Maria e José!

Concluir o terço com este oferecimento:

A vós, glorioso São José, ofereço este terço em louvor e glória de Jesus e de Maria, para que seja minha luz e guia, minha proteção e defesa, minha fortaleza e alegria em todos os meus trabalhos e tribulações, principalmente, na hora da agonia.
Pelo nome de Jesus, pela glória de Maria, imploro o vosso poderoso patrocínio, para que me alcanceis a graça que tanto desejo.
Falai em meu favor, advogai a minha causa no céu, e na terra alegrai a minha alma, para honra e glória vossa, de Jesus e de Maria. Assim seja.

sexta-feira, 18 de março de 2016

O OLHAR DE JESUS

 
O Senhor na sua vida terrena não falou só com a boca, mas também com o olhar. Assim vamos hoje reparar em três situações nas quais  Jesus nos fala com o seu olhar.

A primeira sucedeu com Maria, a pecadora na qual dizem que moravam sete demónios. A cena passa-se quando Jesus estava em Betânia em casa de Simão, o leproso. Maria aproximou-se de Jesus com um frasco de alabastro com um perfume de alto preço e banhou com ele a cabeça de Jesus, ao mesmo tempo que banhava os seus pés com as suas lágrimas. Os discípulos escandalizaram-se porque acharam aquele gesto um desperdício, mas Jesus disse-lhes: “Porque molestais a mulher? Foi uma boa obra que ela praticou para comigo. Com efeito, pobres sempre os tereis convosco, a Mim, porém, não Me tereis sempre. Ela, ao derramar este bálsamo sobre o Meu corpo, fê-lo para Me embalsamar” (Mt. 26, 10-12).
Com esse gesto de amor essa mulher , conquistou o coração de Jesus que olhou para ela com bondade e para os acusadores com uma certa severidade.

De fato para o Senhor devemos sempre reservar o melhor o mais precioso para nós. – os Sacrários e os vasos sagrados devem ter a melhor apresentação.
E isso tudo feito com muito amor  porque Ele perscruta os corações.

A segunda situação passa-se com o jovem rico. Ele tinha ouvido falar de Jesus e sente curiosidade. O jovem além de rico era bom e diz-nos o Evangelho que observava os Mandamentos. Foi ao encontro de Jesus com o coração inquieto ansioso por saber o que lhe ia dizer Jesus. O Senhor por sua vez enche-se de alegria e prepara-se para pedir algo ao jovem. Se lhe tivesse pedido alojamento e comida para si e para os seus, o jovem tudo teria dado. Mas o Senhor, olhando-o com carinho e predileção, pede-lhe outra coisa: “vai e vende quanto tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois vem e segue-Me” (Mc. 10, 21). O jovem assusta-se e partiu triste, porque estava muito preso aos seus bens. Mas cuidado porque o apego pode não ser só aos bens materiais, mas também pode ser um apego aos nossos próprios projetos e talvez tenha sido esta a situação do jovem.

A terceira situação refere-se ao episódio da negação de Pedro. Jesus é preso e levado a Anás, sogro de Caifás que era o Sumo Sacerdote daquele período. Simão entrou no pátio do Sumo Sacerdote e uma criada disse-lhe: “Tu não és também dos discípulos desse homem? Ele responde: Não sou (Jo. 18, 17). Pedro fez esta negação por três vezes e com juramento. “E imediatamente, estando ele ainda a falar, cantou o galo. Voltando-Se o Senhor, fitou os olhos em Pedro e este recordou-se da palavra do Senhor ao afirmar-lhe: "Antes de um galo cantar. Me negarás hoje três vezes" (Lc. 22, 60-61). Pedro chora o seu pecado e imediatamente, devido ao olhar de Jesus, sente-se perdoado e a paz volta à sua alma, paz essa que não excluiu a dor imensa que Pedro sempre arrastou por toda a vida.

O Olhar de Jesus sempre tem um vivo significado. Ele olha com amor, com perdão e sempre com uma nova chance !Olhemos  então de volta à Jesus e permitamos que Ele, o Senhor nos faça um vaso novo através de seu olhar, nos cure e complete a obra d'Ele em nós. Amém !




 

quinta-feira, 17 de março de 2016

AS SETE PLAVRAS DA CRUZ





O profeta Isaías mostra-nos que Jesus Cristo foi para a cruz “como um cordeiro que se conduz ao matadouro (Ele não abriu a boca)” (Is 53,7).

Mas o Senhor quis deixar-nos as suas últimas palavras, já pregado na Cruz. Sabemos que as últimas palavras de alguém, antes da morte, são aquelas que expressam as suas maiores preocupações e recomendações. A Igreja sempre guardou essas “Sete Palavras” com profundo amor, respeito e devoção, procurando tirar delas todo o seu riquíssimo significado.

1 – “Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34)
Com essas palavras Jesus selava todo o seu ensinamento sobre a necessidade de “perdoar até os inimigos” ( Mt 5,44). Na Cruz o Senhor confirmava para todos nós que é possível, sim, viver “a maior exigência da fé cristã”: o perdão incondicional a todos. Na Cruz Ele selava o que tinha ensinado:
“Não resistais ao mau. Se alguém te feriu a face direita, oferece-lhe também a outra… Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis filhos do vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons” (Mt 5,44-48). “Se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”(Mt 6,14).
Certa vez Pedro perguntou-Lhe: “Senhor, quantas vezes devo perdoar meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18, 21-22).
 
2 – “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43)
Com essas palavras de perdão e amor ao “bom”  ladrão, Jesus nos mostra de maneira inequívoca o oceano ilimitado de sua misericórdia. Bastou Dimas confiar no Coração Misericordioso do Senhor, para ter-lhe abertas, de imediato,  as portas do Céu.
Não é à toa que a Igreja ensina que o pior pecado é o da desesperança, o de não confiar no perdão de Deus, por achar que o próprio pecado possa ser maior do que a infinita misericórdia do Senhor. Uma grande tentação sempre será,  para todos nós, não confiar na misericórdia de Deus. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: “como a misericórdia e a bondade do coração de Jesus são pouco conhecidas”! “Jesus, eu confio em Vós”.
 
3 – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27,46)
Estas palavras, que também estão no Salmo 21, mostram todo o aniquilamento do Senhor. É aquilo que São Paulo exprimiu muito bem aos filipenses: “aniquilou-se  a  si  mesmo,  assumindo a condição de escravo” (Fil 2,8). Jesus sofreu todo o aniquilamento possível de se imaginar: moral, psicológico, afetivo, físico, espiritual, enfim, como disse o profeta: “foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniquidades…” (Is 53,5). Depois de tudo isto “ninguém tem mais o direito de duvidar do amor de Deus”. Será uma grande blasfêmia alguém dizer que Deus não lhe ama, depois que Jesus sofreu tanto para assumir em si o pecado de todos os homens e de cada homem. Paulo disse aos Gálatas: “Ele morreu por mim”(Gal 5,22).
 
4 – “Mulher, eis aí o teu filho”…“Filho, eis aí tua Mãe” (Jo19,26)
Tendo entregando-se  todo pela nossa salvação, já prestes a morrer, Jesus ainda nos quis deixar o que Ele tinha de mais precioso nesta vida, a sua querida Mãe. E como Jesus confiava nela! A tal ponto de querê-la para nossa Mãe também. Todos aqueles que se esquecem de Maria, ou, pior ainda, a rejeitam, esquecem e rejeitam também a Jesus, pois negam receber de Suas mãos, na hora suprema da  Morte, o seu maior Presente para nós.

5 – “ Tenho sede! ” (Jo 19,28)
Dizem os Padres da Igreja que esta “sede” do Senhor mais do que sede de água, é sede de almas a serem salvas, com o seu próprio Sacrifício que se consumava naquela hora. E esta “sede” de Jesus continua hoje, mais forte do que nunca. Muitos ainda, pelos quais ele derramou o seu sangue preciosíssimo, continuam  vivendo uma vida de pecado, afastados do amor de Deus e da Igreja.  Quantos e quantos batizados, talvez a  maioria,  nem sequer vai à Missa aos domingos, não sabe o que é uma Confissão há anos, não comunga,  não reza, enfim, vive como se Deus não existisse…

6 – “Tudo está consumado” (Jo 19,30)
Nos diz São João: “sabendo Jesus que tudo estava consumado…”, isto é, Jesus tinha plena consciência que tinha cumprido “toda” a sua missão salvífica, conforme o desígnio santo de Deus. Enquanto tudo não estava cumprido, Ele não “entregou” o seu espírito ao Pai. Assim, fica  bem claro que a nossa salvação depende agora de nós, porque a parte de Deus já foi perfeitamente cumprida até às últimas consequências.
7 – “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46)
Confiando plenamente no  Pai, que Ele fizera também nosso Pai ao assumir a nossa humanidade, Jesus volta  para Aquele que  tanto amava. É o seu destino, o coração do Pai; e é o nosso destino também. Ao voltar para o Pai,  Jesus indica o nosso fim; o seio do Pai, o Céu.
“Vós sois cidadãos do Céu” (Fil 3,20), grita o Apóstolo; por isso, como diz a Liturgia, é preciso “caminhar entre as coisas que passam, abraçando somente as que não passam”.
 
Prof. Felipe Aquino