A
palavra purgatório não é mencionada na Bíblia, da mesma forma que
termos como ‘encarnação’, ‘Santíssima Trindade’ ou até
mesmo a palavra Bíblia, não aparecem nas Escrituras. Isso, no
entanto, não é motivo para negarmos a existência de um “lugar de
purgação”, o qual de fato é mencionado na Bíblia.
Há várias
passagens que nos indicam a existência desse tal lugar de
purificação, como ex.
Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto ele caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade, te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo. Mateus 5,25-26
A Posição da Igreja
O catecismo de Igreja Católica ensina que “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do céu.” (Cf CIC 1030).
O
purgatório é um lugar de sofrimentos em que as almas se purificam,
solvendo suas dívidas, antes de serem admitidas no céu, onde só
entrará quem for puro. Sua existência se baseia no testemunho da
Sagrada Escritura e da Tradição.
A Igreja, querendo que não nos esqueçamos das almas, consagrou um dia inteiro todos os anos à oração pelos finados. Determinou que em todas as missas houvesse uma recomendação e um momento especial pelos mortos. Ela aprova, sustenta e estimula a caridade pelos falecidos.
E no entanto acrescenta S. Francisco de Sales, em
vida eles nos amavam tanto. Nos funerais: lágrimas, soluços,
flores. Depois, um túmulo e o esquecimento. Morreu... acabou-se!
Se
cremos na vida eterna, cremos no purgatório. E se cremos no
purgatório, oremos pelos mortos. O purgatório é terrível e bem
longo para algumas almas, por
isso devemos rezar muito pelas almas, socorrendo as almas, praticando
a caridade em toda sua extensão. A devoção as almas do
purgatório diz São Francisco de Sales encerra todas as obras de
misericórdia, cuja prática, elevada ao sobrenatural nos há de
merecer o céu.
A
Santa Missa é o sacrifício de expiação por excelência. É a
renovação do calvário, que salvou o gênero humano. A cada Missa,
diz São Jerônimo, saem muitas almas do purgatório. Depois da
Missa...
A
Comunhão. A Eucaristia é um Sacramento de descanso e paz
para os defuntos, diz Santo Ambrósio. E o mesmo afirmam São Cirilo
e São João Crisóstomo. Procuremos fazer boas comunhões
lembrando-nos que quanto melhor as fizermos tanto mais aliviaremos os
mortos. O Papa Paulo V estimulou a prática das comunhões pelas
almas padecentes.
São
João Damasceno diz que há muito testemunho encontrado na vida dos
Santos que provou claramente as vantagens da oração que se fazem
pelos defuntos. Nossos sofrimentos junto a prece tem uma eficácia
extraordinária para obter de Deus todas as graças. Aliviemos as
almas do purgatório', com tudo que nos mortifica. A Via Sacra é uma
prática das mais ricas de piedade.
Santa
Gertrudes afirmava que uma palavra dita do fundo do coração e
animada de sólida devoção tem mais eficácia que grande número de
orações, feitas com pouco fervor.
( Ver postagem de santa Gertrudes em favor dos falecidos )
( Ver postagem de santa Gertrudes em favor dos falecidos )
Mais uma forma de ajudar as almas é dar esmola ao pobre em sufrágio das almas benditas. As lágrimas que vossas esmolas enxugarem, o alívio que tiverdes dado aos que padecem fome, sede e frio, serão o alívio no purgatório para as almas sofredoras. É uma dupla caridade, socorrer os pobres por amor das almas. É dar duas vezes. Socorre os vivos e os mortos.
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